Tudo sobre Terapias Alternativas
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Tudo sobre Terapias Alternativas

O cuidar do corpo não é só físico e orgânico, mas emocional, mental e espiritual. E como amar é cuidar, ainda que todos estejam ameaçados pela letalidade de um vírus até então incontrolável, a COVID-19, lidando com a quarentena, o isolamento social e sob a pressão de uma carga sentimental desafiadora, é fundamental procurar manter o equilíbrio global da saúde. Mais ou menos afetados pela pandemia do novo coronavírus, em maior ou menor grau de sofrimento, a busca de alívio a partir das terapias alternativas, energéticas ou holísticas é compreender que o ser humano é um organismo interligado, um todo, e não fragmentado, subdividido, independente.

As terapias alternativas valorizam, respeitam, reconhecem a subjetividade interior, as emoções e pensamentos que podem afetar a saúde do corpo.

Aliás, estão intimamente ligadas. Muitas vezes vistas com desconfiança, alguns alegam falta de rigor em pesquisas que apontam sua eficiência, o certo é que como ferramenta complementar de cuidado com a saúde é inquestionável. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS) as recomendam e o Sistema Único de Saúde (SUS) as define como práticas integrativas e complementares (PICs), que não substituem o tratamento tradicional, mas são indicadas como suplementares, funcionam como agregadoras.

Todo reconhecimento leva tempo. A homeopatia, por exemplo, é uma técnica que existe há mais de 200 anos e se tornou especialidade médica no Brasil nos anos 1980. O SUS oferece as terapias de forma integral e gratuita.

Iniciativa do curso de graduação em música com habilitação em musicoterapia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a campanha “Música para quem cuida” é uma ação em apoio aos profissionais da saúde que estão na linha de frente no combate à COVID-19, que nasceu do projeto de extensão “Musicoterapia hospitalar, olhares empáticos”, tendo à frente Marina Horta Freire, musicoterapeuta e professora da Escola de Música da UFMG. Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, recepcionistas, seguranças, pessoal da faxina, enfim, todos que atuam no ambiente hospitalar enviam seu pedido com a música preferida para os endereços do Instagram (@musicoterapiaufmg), Facebook (https://pt-br.facebook.com/MusicoterapiaUFMG/) ou e-mail (musicoterapia.hospitalar.ufmg@gmail.com) e logo recebem o presente. O Hospital da Baleia e o João XXIII já participam.

Marina Horta afirma que a musicoterapia ajuda as pessoas a descobrirem a identidade sonora, que é cultural e individual (gosto, história, biografia). A consequência, dentro da teoria da musicoterapia da perspectiva de estudo, é que a música “não cura, mas cuida. Traz conforto, é como um abraço, que pode levar a um momento de cura”. Ela explica que a prática é usada para estimular a fala e a coordenação motora da criança, assim como sua interação com o outro. Nos adultos, é ferramenta para questões emocionais, ainda mais afloradas com a quarentena:

“Ao escolher sua identidade sonora, é possível trazer lembranças, ajudar na conexão com pessoas que estão longe e, se for um idoso, estimular a memória”.

Não importa o espaço físico, Marina Horta conta que o importante é escolher a música que o leva para lugares bons, com mensagens bonitas, que lembrem a família, amigos, amores, sonhos: “A música provoca ativação cerebral, do corpo e da mente. É uma forma de expressão, é possível interagir com ela ao cantar e dançar. Nada mais especial do que tomar consciência de como cada um ouve a música. Ela pode lhe fazer companhia em tudo, como pano de fundo, mas recomendo a experiência e a vivência de reservar um tempo do dia para estar presente na escuta”. Não há como viver sem música. Segundo ela, nossa musicalidade é extintiva, é questão de sobrevivência, está presente desde o homem da caverna, no canto da mãe para o bebê no útero. “Música é pulsão, expressão emocional.”

ACALMA A ALMA Em vez de indicar uma música, a presidente do Conselho Curador da Fundação Benjamin Guimarães/Hospital da Baleia e professora da Escola de Farmácia da UFMG, Raquel Virgínia Rocha Vilela, pediu que os participantes do projeto selecionassem uma canção para presentear os profissionais da instituição. A canção escolhida foi Vai ser tão bom, interpretada por Juliana Brito, graduanda em musicoterapia e extensionista do projeto, que fala do momento atual, tem melodia suave e leva uma mensagem positiva: “É nossa dedicatória diante de tudo que estão enfrentando”, conta Marina Horta.

Vale registar uma particularidade: o Hospital da Baleia foi construído durante uma outra epidemia tão mortal quanto a do novo coronavírus, a tuberculose. Portanto, tem no DNA a entrega de cuidar de quem precisa. Há 75 anos, a instituição conta com a destinação de recursos e doações voluntárias para cumprir a missão de prestar serviços de saúde aos mineiros. Todos os anos, são mais de 600 mil procedimentos médicos destinados aos cidadãos de 88% dos municípios, a maioria vinda pelo SUS.

Para Raquel Vilela, a iniciativa é louvável porque música acalma a alma. “No hospital, já temos a musicoterapia para as crianças em tratamento de câncer, tão eficiente que chega a minimizar a dor. A música atua no sistema límbico, responsável pela reprodução de uma série de substâncias neurotransmissoras de alívio, como a serotonina. O efeito é um alívio rápido, a sensação de paz interior. Então, para nossos profissionais, dos médicos ao grupo da limpeza, é sensacional diante de toda a tensão. Escolheram uma música linda, uma melodia emocionante que é um acolhimento espiritual, alivia a angústia da alma para que cada um continue exercendo sua expertise.”

A ideia é que a ação seja perene e não ocorra só neste momento desafiador. “Mas que, no futuro, possamos levar a todos dentro do hospital. A ação da música para pacientes da hemodiálise, uma população vulnerável, que está ainda mais tensa, por exemplo, é real.”

Se não pode pedir uma música para Marina Horta e toda a equipe de musicistas da UFMG que abraçaram o projeto, pode fazer a sua playlist e, em casa, ter os mesmos benefícios. Seja curtindo com os amigos por uma live, mandando a gravação de uma preciosidade para seu pai e a preferida da sua mãe ou, quem sabe, tocando ou cantando aquela canção que define seu encontro de amor? Só não vale, lembra Marina Horta, em tempos de isolamento, invadir o espaço do vizinho. Cada um tem um gosto, é preciso respeitar e se lembrar do outro.

Hoje, o Bem Viver leva aos leitores um pouco dessas práticas. Muitas podem ser feitas em casa, seja seguindo um vídeo ou com o atendimento de profissionais on-line. Basta descobrir qual é a ideal (e a possível) para você neste momento. Lembre-se, sua missão é cuidar de você, por inteiro.

Estado de Minas   –    Saúde e bem viver

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